Eu não gosto de ser normal, porque ser normal é ser copia autenticada de tantos outros normais. Eu gosto de ser uma estranha, autêntica e verdadeira... Pode parecer estranho mas sinto-me feliz em ser em certas horas esta estranha infeliz, é isso que me faz dar valor aos momentos felizes !
Mary_Mariana de Oliveira
Fotos por Mary_Mariana de Oliveira
"Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só
que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito 'normal' é magro, alegre, belo, sociável,
e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de
forma alguma que está passando por algum problema.
Quem não se 'normaliza', quem não se encaixa nesses
padrões, acaba adoecendo.
A angústia de não ser o que os outros esperam de
nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de
não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento a quem
estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas? Eles não existem!
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo
que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que
ganha 'presença' através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
Só que não existe lei que obrigue você a ser do
mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você
mesmo.
A normose não é brincadeira.
Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia
de querer o que não se precisa.
Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer
em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender
a se desapegar de exigências fictícias.
Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as
que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram
personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu 'normal' e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram
adiante.
O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e
desejos dos outros.
É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam
para remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra,
simples e sincera.
Para mim são os verdadeiros normais, porque não
conseguem colocar máscaras ou simular situações.
Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo.
E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é
iluminada.
Por isso divulgo o alerta: a normose está
doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem,
ser bem mais autênticos e felizes."
Prof. Hermógenes em "Normose"
***
"A normose é uma doença social, criada pela perda do
contato consigo mesmo e a valorização exagerada da opinião externa, pelo
julgamento, comparação, ou seja, pela valorização da dualidade da mente.
Ela acaba se tornando um aprisionamento a padrões
pré-determinados pelo grupo, pela mídia, etc. São padrões manipulados também,
só que a grande maioria não consegue enxergar isso.
Muito presa a forma, ao poder, ao destaque , aos
conceitos a normose acaba por "enquadrar" aqueles que por
inconsciência, se deixam levar pelos modismos, pela exploração dos contextos sociais.Aqui,
o Prof. Hermógenes nos chama atenção para que estejamos conscientes de quantas
vezes caímos nesses aprisionamentos periféricos, mentais, nas máscaras e na
sustentação de "personagens adequados", quando que na verdade,
interiormente, não estávamos sendo fiéis a nós mesmos, ao nosso profundo
naquele momento.
Essa inadequação tem um preço. E o preço é nos
distanciarmos da nossa natureza original e passarmos cada vez mais a sermos
reféns dos ditames externos. Reféns por opiniões, referências dos outros, e
esquecendo de investigar nossa natureza original, própria..
Normose é uma doença social que precisa ser vista e
prontamente reconhecida. Ela escraviza e nos faz crer que somos sempre
inadequados e sem valor.
Crer nisso, significa ficarmos frágeis e facilmente
vulneráveis e manipuláveis.
E isso sim, interessa à sociedade como um todo,
porque, um indivíduo que se ama, que se reconhece como pertencendo ao mundo e o
mundo a ele, que tem consciência de que todos são importantes na sua grandeza
original e única, um indivíduo assim é a mais pura liberdade... e esse não cai
mais nas criações imaginárias de nada, nem de ninguém... este está sempre em
casa está centrado em Si mesmo...
A maior força é esta. Estar centrado..."
Reflitam sobre isso...