Alimentação Viva
O que é Alimentação Viva?
A Alimentação Viva, constituída de alimentos crus,
germinados ou hidratados, é a maneira de interagirmos com a Natureza, de uma
forma mais profunda, utilizando, de maneira eficiente, os nutrientes que Ela
nos oferece. Ao comermos sementes (germinadas ou hidratadas), verduras, frutas,
algas, cogumelos, ou qualquer alimento cru e integral, estamos preservando a
estrutura original do alimento, organizada em nutrientes e enzimas. Ou seja,
preservando seu alto potencial solar e vital, generosamente oferecido pela
Natureza.
Se aquecermos os alimentos numa temperatura superior a 42°C
e os submetermos em certos tipos de processamentos bruscos, como os
refinamentos e a refrigeração por longos períodos, suas estruturas moleculares
são afetadas. Grande parte de suas propriedades nutritivas se perdem,
principalmente as enzimas, encontradas nos alimentos crus, que são
progressivamente desativadas.
Para digerir a comida cozida, o organismo humano é obrigado
a produzir um excesso de enzimas digestivas, gastando mais energia do seu
próprio sistema. Além disso, tem prejudicada a produção de enzimas envolvidas
em outros processos vitais. Os alimentos, com suas propriedades enzimáticas
preservadas, contribuem para a regeneração, cura e equilíbrio energético e
bioquímico do corpo.
O uso de agrotóxicos, fertilizantes químicos, sementes
geneticamente modificadas, processamento, cozimento, etc. são gastos extras de
energia. Além de serem recursos que empobrecem, desequilibram e matam os
alimentos em um meio de produção totalmente irracional e desconectado da
sabedoria ecológica.
É gasto mais para se preservar menos e permite-se a perda de
potencial regenerativo. E, em consequência, se gasta mais em remédios
alopáticos, produtos de beleza e cirurgias. Tudo desnecessário, se o alimento
fosse utilizado como medicamento, uma vez que sua capacidade curativa é bem
mais abrangente quando suas propriedades são aproveitadas sinergicamente.
Entendemos que, ao utilizarmos os recursos naturais de forma
consciente, honramos a nossa natureza física. Estabelecemos uma conexão
profunda com a vida e abrimos uma porta de entrada para nossa manifestação
espiritual.
Estamos nos referindo a uma culinária extremamente
sofisticada e saborosa. Encanta pela beleza, transformando em arte o
conhecimento de que nos é possível usar sabedoria em benefício da saúde. É
possível viver artisticamente, aproveitando todos os recursos disponíveis para
honrar nossa natureza física e utilizá-la como porta de entrada para a
manifestação espiritual. A nossa intenção perante o Alimento Vivo deve ser a
busca da nossa cura e da cura do Planeta. Nesse sentido, a Alimentação Viva
colabora para clarear a nossa mente e propiciar a pureza dos pensamentos.
É esse o ensinamento que nos deixou a comunidade dos
essênios. Eles tinham os alimentos germinados como ingredientes importantes na
regeneração da saúde. Esse povo, além de atuar na cura de doenças, tinha como
seu propósito mais elevado a cura da humanidade. Para eles, o alimento era uma
bênção Divina: o cuidado de alimentar o corpo com o Alimento Vivo significava
criar um canal de passagem para as energias sutis. Os seres vivos precisam se
alimentar dessa energia para que a vida possa se manifestar em sua plenitude. A
energia vital está presente na Natureza, no ar que respiramos, no Sol, na
Terra, na Água.
O Alimento Vivo (frutas, verduras cruas, sementes, brotos,
etc.) absorve essa energia da Natureza. Quando comemos esses alimentos,
recarregamos as nossas baterias, nos harmonizamos com as forças da Natureza.
A dieta com Alimento Vivo é um recurso que está sendo
utilizado em diversos centros de cura. Principalmente na cura das doenças
degenerativas, para reequilibrar as funções metabólicas e regenerar o
organismo.
A Alimentação Viva pode ser considerada um estilo de vida, e
trata-se de uma opção voluntária pela simplicidade. São milhares de pessoas que
já fizeram essa escolha, e muitas há mais de 40 anos.
Encontramos, espalhados pelo mundo, diversos restaurantes de
Comida Viva. Revistas, livros editados, organizações, centros de cura,
fornecedores e consultores dando suporte à Alimentação Viva. E a mídia vem
divulgando cada vez mais. No Brasil, existe um movimento forte, principalmente
no Rio de Janeiro, onde encontramos: Projeto Terrapia, na Fiocruz, Biochip, no
Departamento de Artes da PUC, Oficina da Semente, Restaurante Universo
Orgânico, entre outros. Aqui em Brasília, no Restaurante Girassol, também
estamos caminhando nesse sentido. Em diversos outros estados do Brasil, estão
acontecendo movimentos em prol do Alimento Vivo”.
Alimentação Viva ou Nutrição Enzimática?
De acordo com Norman W. Walker, em “Votre Santé Par Lês Jus
Frais de Legumes” (“Sua Saúde por Meio de Sucos Frescos, de Frutas e de
Legumes”): “...as enzimas não são substâncias, elas são um princípio magnético
intangível de energia cósmica da vida, intimamente ligada na ação e na
atividade do menor átomo presente no corpo humano, nos vegetais e em toda forma
de vida.” O que nos mantém vivos no nosso corpo é a capacidade renovadora e
regeneradora da vida. Como dependemos de comer para viver, necessitamos ingerir
alimentos capazes de alimentar de forma construtiva o nosso corpo. Portanto,
nosso corpo exige uma alimentação composta por elementos idênticos àqueles que
o compõem. E, com certeza, se não comemos alimentos com uma natureza energética
e estrutural compatível, não somente morremos prematuramente, como sofremos ao
longo de nossa existência aqui no Planeta. A vida existe nos organismos vivos
graças à atividade enzimática. Uma maior quantidade de enzimas presente no corpo
representa uma maior capacidade de trabalho e vitalidade. As enzimas estão
envolvidas em todos os processos funcionais do corpo. Elas guardam o princípio
da vida. A existência delas nos alimentos e em todos os organismos vivos
depende das condições ambientais mantenedoras da vida.
Uma temperatura a partir de 38 graus centígrados desativa
progressivamente as enzimas. E, a partir de 45 graus, elas são totalmente
destruídas e a estrutura das moléculas deformada. Portanto, quando cozinhamos
os alimentos em temperatura superior a 45 graus, não mais teremos as enzimas e
a vida presentes nesses alimentos. Como uma bateria que perdeu sua carga, o que
teremos é uma estrutura sem vida. A energia que mantém o sistema organizado não
existirá mais. Norman W. Walker descreve as enzimas como um princípio de
energia cósmica. Como se fosse uma vibração que aperfeiçoa e ativa uma reação
química, uma modificação atômica ou molecular. E que, ao mesmo tempo, faz com
que as enzimas envolvidas no curso desse processo permaneçam intactas, sem
alteração. Podemos dizer que elas são os catalisadores que promovem as reações
bioquímicas. É primordial que se preserve o nível de enzimas do corpo. A
maneira para se preservá-las e repô-las é através de alimentos crus ou com
suplementos. A Natureza, na sua maestria, nos oferece as enzimas.
Isso através dos alimentos crus. Assim não precisamos forçar
o nosso corpo a fazer esse trabalho. Em seus estudos, Walker conclui que ao ser
humano, na faixa de 40 anos, devido aos desgastes da alimentação moderna,
resta, em seu corpo, apenas 30% das enzimas. Segundo ele, uma vez que gastamos
nossas enzimas, não se tem como restituí-las. Então, com a idade, associada ao
estilo de vida atual, a exaustão das enzimas é acelerada. Dessa maneira, a
qualidade de vida diminui sensivelmente. Com a diminuição das enzimas no
organismo, a desintoxicação natural fica comprometida. O corpo é obrigado a
gastar suas próprias energias vitais, no processo de desintoxicação. Utiliza
mais do que é possível renovar. Isso não é sustentável, e assim ocorrem os
processos degenerativos. Se não temos como trazer de volta as enzimas que
perdemos com um estilo de vida inadequada, o que podemos fazer é preservar o
que ainda resta. Para preservar nossas enzimas, necessitamos ingeri-las. E a
maneira correta, para conseguir isso, é através da Alimentação Viva.
Portanto, para ter uma alimentação saudável é necessário
compreender a importância das enzimas – apesar de a nossa cultura médica e
nutricional ainda não dar o valor que esses assuntos merecem e que ainda
existam muitas controvérsias. Sem sombra de dúvida, uma alimentação bem
planejada com Alimentos Vivos é uma maneira inteligente de interagirmos com a
inteligência da Natureza! Aqui estão alguns benefícios do regime alimentar rico
em enzimas (ingestão de alimentos 100% crus):
• Aumenta a vitalidade
• Provê todos os nutrientes necessários ao organismo
• Equilibra as funções metabólicas
• Harmoniza o sistema endócrino
• Favorece a desintoxicação das células e dos tecidos
• Retarda o envelhecimento
• Desenvolve o cuidado com o próprio corpo
• Resgata a interação com a Natureza e a conexão com a Vida
• Desperta e expande a consciência cósmica.
(Textos extraídos do livro “Alimentação Viva e Ecológica- Um
guia para organizar a sua dieta com sabedoria e receitas vivas deliciosas”, de
Ros’Ellis Moraes)